A cultura ocidental, pelo fato de ser marcantemente influenciada por valores materialistas que ditam regras de comportamento, visualiza a morte como um "fim", ou seja, existimos enquanto pessoas dotadas de inteligência, caráter, memória e um corpo físico, até o momento do desenlace final. A partir daí, na concepção materialista, tudo é possível e, ao mesmo tempo, impossível de acontecer, pois dependerá das crenças de cada pessoa em relação à morte. É o âmbito do relativismo onde tudo pode acontecer!
Na verdade, fica difícil entendermos sob o ponto de vista materialista, que inteligência, caráter e memória não se perde com a morte do corpo físico. Mas como, a pessoa desaparece e continua existindo em outra dimensão? E ainda por cima, acompanhada da memória, traços de caráter e inteligência?
O imediatismo da vida no mundo ocidental, passa-nos a idéia - e a crença - de que a existência humana é traçada por uma linha vital que passa por três pontos básicos: início (nascimento), meio (maturidade) e fim (velhice/morte). Tudo que ocorre de diferente entre esses pontos, como mortes prematuras, curas milagrosas, catástrofes e longevidade, entre outros, não é suficientemente explicado pela ciência.
Assimilar, por exemplo, que o caráter de um indivíduo o acompanha nas sucessivas reencarnações, e que a educação parental é a referência para que traços negativos de caráter se transformem em traços positivos, alterando, dessa forma, uma tendência de muitos séculos do espírito imortal, é algo muito difícil de entender para a mente que tem uma percepção linear da vida. Fica mais fácil entender - e acreditar - que a vida é "início, meio e fim", ou seja, "depois é depois, e cada um entende como quer e se vira como pode!"
"Viver a vida intensamente, aproveitando cada minuto como se fosse o último", é uma panacéia em que somos induzidos a acreditar, porque os valores de consumo que envolvem a sociedade, não podem esperar para nos vender o mais rápido possível, a sua fórmula mágica de felicidade...
Perceber que o que era na outra vida não é diferente do que ela é na vida atual, estimula à reflexão e à elaboração de um conteúdo psíquico à luz da consciência, onde o "impulso" para a mudança interior pode representar-lhe o estímulo que faltava.
Outros, percebem que no passado já foram mais "focados" no cultivo de valores espirituais, mas que se desviaram do foco devido ao surgimento de interesses egoístas no decorrer das reencarnações. É a oportunidade do resgate de valores que perderam-se no tempo...
Outros tantos, percebem que com o tempo, alguns traços negativos de caráter se transformaram em traços positivos, proporcionando-lhes, dessa forma, alívio e satisfação com o progresso espiritual.
O século vinte e um, berço do terceiro milênio, traz consigo uma nova orientação às ciências do comportamento humano: a necessidade de evoluirmos ao nível do autoconhecimento avançado, ou seja, aquele que através da investigação do inconsciente humano, contempla a regressão como forma de proporcionar ao indivíduo em tratamento, uma visão mais ampla de si mesmo e da origem dos problemas que o afligem.
Temos que sair da visão linear que explica em parte, mas não explica o todo, pois a formação do caráter de uma pessoa não se situa somente na infância de uma única vida, embora, como já frisamos, a educação dos pais, ou substitutos, seja fundamental para que o caráter altere-se negativa ou positivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário